Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.
Martha Leite é gerente de negócios do Grupo Binário.

Para 2015, já há estudos prevendo uma crise de mão-de-obra no Brasil. Nada de novidade, já que 2014 começou (lembra?) com previsões da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) sobre um déficit de 45 mil profissionais de TI em 2014.

Mas… Onde estão os profissionais? Talvez a resposta fique mais fácil se ampliarmos o escopo para buscar AS profissionais. Calma lá, antes que soe como se eu estivesse aqui levantando qualquer bandeira, vamos aos números, que não mentem: estudo da CompTIA mostra que as mulheres ocupam 24% dos cargos de TI nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Reino Unido, enquanto a Associação de Mulheres Empreendedoras (AME) indica que no Brasil este índice fica em 20%.

Já a consultoria Ernst & Young destaca que elas têm somente 4% das posições de chefia de TI no mundo todo.

O porquê disso não é totalmente claro, mas alguns dados podem indicar razões. Por exemplo, uma pesquisa do Glassdoor, um dos maiores sites de empregos dos Estados Unidos, mostra que em cargos altos da TIC os homens chegam ganhar em média US$ 6 mil a mais do que as mulheres.

Isto comparando profissionais com a mesma experiência. Convenhamos, não é muito atrativo, é?
Aqui pelo Brasil, o jornal Valor Econômico publicou um ranking mostrando que o Brasil caiu nove posições no Índice Global de Desigualdades de Gênero de 2014, indo do 62º lugar para o 71º, com disparidade salarial como um dos principais quesitos avaliados.

Nem por isso, elas desanimam. Ao contrário, como evidenciado no estudo da CompTIA, que analisou uma amostra de 2.107 profissionais em abril deste ano, as mulheres de TIC demonstraram estar mais satisfeitas com seu trabalho, com 41% dos votos nestes quesito, contra 30% dos homens.

Além disso, 79% delas se sente realizada com seu trabalho, contra 70% deles. Questionadas sobre se o empregador apoia adequadamente seus esforços, elas tiveram 73% das respostas afirmativas, versus 64% deles.

Olhando novamente para as pesquisas salariais de gênero, um dado que se mostra curioso: 71% das mulheres se dizem satisfeitas com sua remuneração e benefícios, ao passo que só 60% dos homens pensa assim.

Já 73% das mulheres julgam que o cargo que ocupam utiliza bem suas habilidades, versus 65% dos homens. Habilidades que, segundo a pesquisa da AME, se sobressaem em flexibilidade, capacidade de diálogo, cumprimento de processos, sensibilidade e liderança de equipes.

Dados para refletir. E aqui, mais alguns para avaliar e por em prática – mulheres, se quisermos galgar ainda mais espaço no mercado de TIC, o mesmo site Glassdoor traz a lista dos postos que serão mais demandados em 2015, com profissionais especializados em privacidade digital e aplicações móveis no topo.

Já se você está planejando uma carreira em TIC, aqui vai a lista dos cargos de áreas que estarão mais aquecidas do que nunca: ciência de dados, desenvolvimento JAVA, PHP, Android e Front-End, User Experiance Design, Scrum Master, engenharia de qualidade.

Importante saber que a ascensão das mulheres na TIC também tem passado pela especialização delas, em índices cada vez maiores nas classes A, B e C. É um mercado aberto e nós estamos aqui para galgá-lo. Possivelmente, em poucos anos todos estes estudos mostrarão dados bem diferentes.

Fontes:
http://goo.gl/opxAKB

http://goo.gl/PAXBJr

http://goo.gl/Z0TzHR